sábado, 30 de junho de 2012

USP, imobiliárias, apartamento, vizinhos


Fui aprovada para o doutorado na USP no dia 10 de junho de 2011. Voltei pra Goiânia nesse mesmo dia muito feliz e ainda sem saber se realmente abandonaria tudo, se mudaria tudo, por algo que nem sabia mais se queria mesmo. Duas semanas depois voltei a São Paulo para procurar apartamento e foi ai que eu descobri algo que preciso demais compartilhar com quem pensa em mudar para SP: pensa em um custo de vida alto, multiplique isso por 3, o resultado será sua vida aqui. Em SP eu gasto duas (talvez três) vezes mais que em Goiânia, e isso vale pra tudo: moradia, alimentação, transporte, saídas... Então considere isso antes de ajeitar sua matula (traduzindo o goiânes: fazer sua mala) e mudar pra cá.

Fiquei aqui uma semana e, grazaDeos, consegui meu apê, mas isso só aconteceu no último dia, aos "47 minutos do segundo tempo". Antes de vir procurei em sites de imobiliária, sites diversos (tipo esseesseesse e esse) e, acredite, foi em um destes sites que encontrei meu apê. Mas, vamos por partes. Primeiro olhei vários, muitos mesmo. Passado o choque inicial com os preços e uma vez conformada com a facada mensal que seria o aluguel, selecionei alguns, fiz contato com as imobiliárias ou corretores e vim para ficar uma semana e encontrar algo o mais perto possível da USP e pelo melhor preço. Durante essa semana fiquei hospedada em uma pousadinha na Vila Indiana muito boa, essa aqui. Aos lugares mais distantes (olhei apês em Pinheiros) eu ia de táxi, mas caminhei muito também. Quase aluguel um apê de 1 quarto em Pinheiros, só não o fiz porque em SP muitos prédios (basicamente os mais novos) não tem vaga fixa de garagem, explico: há várias vagas no prédio, mas nenhum é sua, sabe? Quando você chega, procura a que estiver vazia e estaciona lá. Só que neste apartamento em Pinheiros havia um agravante, várias garagens eram tipo "gaveta" (como eles chamam aqui), ou seja, uma vaga na frente da outra, e com isso se você parar seu carro na frente do carro de outra pessoa tem que deixar a chave lá pra ele manobrar quando precisar sair, ou então aceitar ter seu saquinho enchido e você mesmo manobrar quando a pessoa quiser sair. Agora imagina se isso acontece as 3 da manhã? Ou se manobram seu carro e arranham, batem, sei lá. Na ocasião perguntei ao corretor se o condomínio se responsabiliza por algum dano, ele disse que não. Ok, apê descartado.

Olhei um na Vila Sônia também, com academia (precisava, hein? quem sabe se eu tivesse alugado esse não estaria tão gorda... aaaaanyway...), tinha piscina, área de lazer... Um mega condomínio com vários prédios. Só que mais uma vez não era vaga fixa, era uma coisa "pseudofixa". Funcionava assim: sempre no final do ano todos os moradores se reuniam para o sorteio das vagas, dai tinha gente que pegava uma vaga boa (em área coberta e sem gaveta), tinha gente que pegava uma vaga razoável (área aberta e sem gaveta) e tinha os azarados que pegavam as piores vagas (área aberta e com gaveta). Eu, sortuda que sou em sorteios (nunca ganhei um pacote de bala 7 Belo sequer) achei melhor procurar mais um pouco, até porque esse apê ficava bem distante da USP também.

Dai olhei alguns no Jardim Bonfiglioli, inclusive um ao lado da Raposo Tavares que, pelamordeDeus meus amigos, não morem por lá. Muito barulho. Sério.

Dai que no último dia encontrei meu apêzinho, que aluguei pela Ligue Imóveis. Tive alguns probleminhas com a imobiliária, como falta de atenção aos documentos (uma hora queriam algo, depois queriam outra coisa), mas no final deu tudo certo, inclusive facilitaram na história do fiador (sim, meu caro, é preciso fiador pra alugar um apê aqui, ou então depósito adiantado no valor de um aluguel, essas coisas). Levou um mês entre a minha escolha por este apê e a mudança para SP, isso porque tive que providenciar vários documentos, dai mandava por correio, fax... A distância complicou tudo isso, talvez demorasse menos se eu estivesse aqui para providenciar tudo.

Mudei dia 24/07/2011. Fiquei sem energia por 4 dias até a Eletropaulo (beijo @MPS_SP) resolver religar e por esta razão tive que tomar banho lá na pousada (beijo Dona Noeme!!! Valeu ai. rs). O pessoal do prédio é ótimo, meu apê é lindo, a vaga de garagem é coberta e fixa e não tem isso de gaveta, meus vizinhos nunca me incomodam (tenho um casal de velhinhos de um lado, uma senhora de frente a direita e um casal jovem de frente a esquerda). Todos tipicamente paulistanos, ou seja, ficam só no bom dia/boa tarde/boa noite e nada mais (mas minha visão sobre os paulistanos fica pra outro post porque esse aqui já esta bem grande, né).

Dai tenho umas dicas:

- se sua casa ficar longe do teu emprego/faculdade, more o mais próximo possível do metrô (se as linhas fizerem parte da sua rota);
- tente morar perto de supermercados, farmácias, do teu emprego/faculdade, para economizar no transporte (não só quanto ao valor, mas principalmente quanto ao tempo) e facilitar sua vida. Quanto menos você depender de transporte, seja particular ou público, aqui em SP, melhor;
- cuidado com apês muito baratos. Visitei um que estava com um preço bom porque era do lado de uma favela bem barra pesada.
- tente conversar com pessoas que já moram no prédio, questione sobre a vizinhança (se é segura), valor do condomínio, se costuma faltar água, energia;
- certifique-se do que esta incluído ou não no valor condomínio (energia, água, gás);
- se você tem carro, pelamor, questione se a vaga é fixa ou não. Não sei se isso é importante pra todo mundo, mas eu não gostei desse negócio de não ter uma vaga só minha, nem dessa história de gente manobrando meu carro;
- certifique-se quanto aos outros gastos (alimentação, transporte...) antes de se comprometer com um aluguel;
- ande, ande muito, procure várias imobiliárias.

Bom gente, é isso. Espero ter ajudado quem estiver procurando apê aqui. Qualquer coisa manda e-mail ou pergunta lá no twitter (@_drilicious) que ajudarei como puder.

Beijo!
Minha vontade era criar este blog assim que mudei para São Paulo, há 11 meses. Fiquei na vontade por alguns meses, desanimei por mais alguns, e agora finalmente vou começar. Claro que em 11 meses muitas coisas aconteceram, ou como dizem lá no meu Goiás, muita água passou por debaixo dessa ponte. Mas tentarei resumir esse período, desde o que me fez vir pra cá, até o que fiz nos últimos dias.

Quero, com esse blog, mostrar a MINHA visão desta cidade. Então haverá textos saudosos de amor ao meu Goiás, haverá textos felizes por estar aqui. Não prometo o melhor dos blogs, os melhores posts, até porque não sou escritora e nem pretendo ser. Só quero compartilhar com vocês os sabores e os dissabores dessa minha mudança.

Sejam bem vindos. ;)